A Worldcoin realiza o escaneamento da íris de pessoas, mas levanta preocupações sobre a coleta e o processamento dos dados biométricos
A Espanha se juntou a lista de países que barraram as operações da Worldcoin. O sistema de verificação que escaneia os olhos das pessoas foi cofundado por Sam Altman, CEO da OpenAI, dona do ChatGPT, e já conta com quatro milhões de pessoas inscritas no projeto. O problema é que as autoridades de diversas nações estão preocupadas com a coleta e o processamento dos dados biométricos.
Espanha proíbe Worldcoin
A Agência Espanhola de Proteção de Dados (AEPD) anunciou nesta quarta-feira (6) a proibição das atividades da Worldcoin no país por até três meses. A decisão foi tomada após diversas queixas sobre a coleta de dados de menores de idade, falta de informação sobre o processo e o outras infrações que não foram especificadas.
Segundo as autoridades espanholas, a medida é necessária para salvaguardar o direito à proteção de dados e evitar possíveis transferências de informações pessoas para terceiros. A União Europeia, da qual a Espanha faz parte, conta com uma das leis de privacidade de dados mais rígidas do mundo.
O diretor de proteção de dados da Worldcoin, Jannick Preiwisch, disse em comunicado que a World ID é a solução mais segura e preservadora de privacidade para “afirmar a humanidade” na era da inteligência artificial. Alpem disso, afirmou que a agência espanhola estava espalhando alegações imprecisas e enganosas sobre a tecnologia. As informações são do The Wall Street Journal.
Um projeto polêmico
- A Worldcoin foi lançada em julho do ano passado e realiza o escaneamento da íris de pessoas em troca de uma recompensa em WLD, a criptomoeda do projeto.
- O objetivo é criar uma identidade global a partir da biometria das pessoas que poderia ser usada por governos e empresas.
- O sistema também permitiria, entre outras coisas, que os usuários provem online que são humanos, principalmente em um mundo futuro dominado pela inteligência artificial.
- No entanto, está sendo alvo de investigações em diversos países do mundo.
- Além da Espanha, a Argentina abriu uma investigação para apurar se a Worldcoin está respeitando as “medidas de segurança adotadas no âmbito da proteção da privacidade dos usuários”.
- Autoridades do Reino Unido, da Alemanha, da França e de Portugal também investigam a forma como o projeto obtém, armazena e processa os dados biométricos obtidos.
- Já no Quênia, o governo do país africano ordenou o fim da coleta de dados da Worldcoin.
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi