A Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou há duas semanas uma espécie de “resort de luxo” com praia artificial do traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, suspeito de chefiar o TCP (Terceiro Comando Puro), uma das facções criminosas em atuação no estado. Conheça os detalhes do imóvel no chamado Complexo de Israel.
Lago artificial e comodidades de alto padrão
Casa de Peixão foi comparada a “resort de luxo” pela polícia. Imóvel fica isolado no chamado Complexo de Israel, que engloba as comunidades do Vigário Geral, Cinco Bocas, Pica Pau, Cidade Alta e Parada de Lucas, onde está localizada a propriedade.
“Resort” inclui, na verdade, dois imóveis. A área comum do complexo possui imenso espaço de lazer, com direito a uma praia e lago artificiais com carpas que eram mantidas ali. Em torno da paisagem paradisíaca, muita areia e coqueiros, além de um pedalinho para passeios.
Espaço para festas e churrasqueira coberta recebiam encontros da chefia do tráfico. A informação é do jornal O Globo, que ainda revelou que uma academia completamente equipada e sauna serviam para os cuidados pessoais de Peixão.
Banheiros eram equipados com hidromassagem. Além disso, todas as dependências possuíam acabamentos e revestimentos novos. “Tínhamos o endereço dele, que ficava em um verdadeiro oásis de luxo em Parada de Lucas. […] Uma casa que poderia ser equivalente a um resort na Região Sul Fluminense”, comentou o delegado Fábio Asty, titular da DRFC, à revista Veja Rio.
Piscina ainda completava o conforto. À beira dela, assim como em outros pontos da casa, estão destacadas imagens da estrela de Davi — o símbolo judaico.
Por que estrelas de Davi estão presentes no “resort”?
Peixão seria evangélico. Apesar de sua mãe ser umbandista, de acordo com a rede Globo, Álvaro teria adotado a fé evangélica há, pelo menos, oito anos. Sua influência teria mudado o visual das comunidades da região, que começaram a adotar paisagens inspiradas em passagens bíblicas.
Assim, foi batizado o “Complexo de Israel”. Peixão teria mandado colocar no topo da Cidade Alta a estrela de Davi e a bandeira de Israel, a “Terra Prometida” da Bíblia, passou a figurar por toda parte. Sua ideia seria “libertar” o povo da região, ainda segundo a rede carioca.
Grupo virou “Tropa de Arão”. O jornal Meia Hora aponta que Álvaro se autointitula como o irmão de Moisés, o primeiro sacerdote dos hebreus no relato da Bíblia. Por isso, seu grupo com comparsas teria recebido este nome.
Peixão teria sido pastor. Em 2019, ele pregava em uma igreja evangélica de Duque de Caxias e foi investigado por ordenar ataques a terreiros de religiões de matriz africana. Já em julho, ele passou a ser investigado por ter supostamente ordenado o fechamento de igrejas católicas na Zona Norte do Rio, noticiou à época O Globo.
Fonte: UOL
Fonte: Diário Brasil Noticias