Joaquin Phoenix apontou neste domingo (2), a existência de racismo sistêmico na indústria e premiações do cinema em Hollywood. O ator fez a crítica durante seu discurso ao ser reconhecido como melhor ator pelo Bafta – evento conhecido como o Oscar do Reino Unido – por sua atuação em Coringa, repetindo a vitória no Globo de Ouro.
O ator começou o discurso agradecendo pelo prêmio e pelo espaço que a organização do Bafta sempre deu para ele ao longo da carreira. “Eu me sinto conflituoso, porque muitos outros atores, que também merecem, não possuem esse mesmo privilégio. Eu acho que nós passamos uma mensagem muito clara para pessoas de cor: que vocês não são bem-vindos aqui”, disse o ator.
O ator destacou que pessoas que contribuíram para o meio artístico muitas vezes são ignoradas e não recebem o apoio que merecem por causa da cor de pele, e defendeu que elas sejam respeitadas e reconhecidas pelo trabalho que realizam.
“Eu tenho vergonha de dizer que também sou parte do problema. Eu não fiz tudo que podia para garantir que os locais em que trabalhei fossem inclusivos”, disse Phoenix. “Eu acho que temos que fazer o trabalho duro de entender o racismo sistêmico, e que é a obrigação das pessoas que criaram, continuaram e se beneficiam desse sistema de opressão desmontá-lo, então essa é nossa responsabilidade”, concluiu.
As críticas à falta de diversidade racial entre os indicados começaram em 7 de janeiro, quando a organização do Bafta liberou os nomes dos escolhidos. À época, a hashtag #BaftaIsSoWHite (Bafta é muito branco) entrou nos assuntos mais comentados do Twitter.
Em resposta, os organizadores do Bafta disseram compartilhar a indignação mostrada nas redes sociais, mas que a culpa seria da falta de igualdade na indústria cinematográfica, e não da premiação em si. Críticas semelhantes também foram feitas neste ano para o Oscar.