Confira os desafios mais comuns dos carros elétricos e seu impacto na decisão de compra de quem busca inovação sustentável

Os carros elétricos estão em ascensão no mercado automotivo, conquistando cada vez mais adeptos que buscam opções que sejam sustentáveis e inovadoras. Os modelos oferecem benefícios como menor impacto ambiental, economia com combustíveis e manutenção. Contudo, essa tecnologia ainda enfrenta algumas limitações que podem impactar a experiência dos consumidores.

Embora avanços significativos tenham sido alcançados nos últimos anos, como o aumento da autonomia e a expansão de estações de recarga, há desafios estruturais e técnicos relacionados aos carros elétricos. Problemas como a autonomia limitada, o custo elevado das baterias e a infraestrutura insuficiente são exemplos de barreiras que afetam o crescimento desse segmento.

Para ajudá-lo a tomar uma decisão mais certeira, veja os 8 problemas mais comuns dos carros elétricos. Entenda os desafios e avalie se essa tecnologia é a mais adequada para suas necessidades.

Quais os problemas comuns nos carros elétricos?

1 – Autonomia limitada

A autonomia limitada ainda é uma das maiores preocupações para quem considera adquirir um carro elétrico. Muitos modelos disponíveis no mercado oferecem um alcance médio entre 200 e 400 quilômetros com uma carga completa, o que é inferior aos veículos a combustão, que podem ultrapassar 600 quilômetros com facilidade.

Isso significa que viagens longas demandam um planejamento minucioso, com a identificação de pontos de recarga ao longo do trajeto. Essa necessidade pode ser especialmente desafiadora em áreas remotas ou onde a infraestrutura para veículos elétricos ainda não está bem estabelecida. O tempo adicional para recarregar pode transformar viagens simples em tarefas complicadas.

Além disso, a autonomia dos carros elétricos pode variar significativamente de acordo com o estilo de direção, condições climáticas e uso de acessórios como o ar-condicionado. Em trajetos com subidas frequentes ou em dias muito quentes, a bateria pode se esgotar mais rápido do que o esperado, gerando imprevistos para o motorista.

2 – Tempo de recarga

Abastecer um veículo convencional é um processo rápido, que geralmente leva menos de cinco minutos. Em contrapartida, recarregar um carro elétrico pode consumir horas, dependendo do carregador utilizado e da capacidade da bateria. Mesmo com carregadores rápidos, o tempo de espera é significativamente maior.

Nas estações de carregamento mais comuns, chamadas de “nível 2”, o tempo para carregar completamente a bateria pode variar entre 4 e 8 horas. Já em uma tomada doméstica padrão, o processo pode levar mais de 12 horas, o que é inviável para quem precisa usar o carro frequentemente. Isso se torna um obstáculo em situações de emergência ou em viagens longas.

Os carregadores rápidos, capazes de fornecer energia suficiente para 80% da bateria em cerca de 30 minutos, são uma solução, mas ainda são caros e não estão amplamente disponíveis. Além disso, a frequência de uso desses carregadores pode acelerar a degradação da bateria, representando outro desafio para os consumidores.

3 – Infraestrutura de recarga insuficiente

A infraestrutura de recarga para carros elétricos ainda é insuficiente em muitas regiões, especialmente fora dos grandes centros urbanos. Estações públicas de carregamento são raras em cidades pequenas e praticamente inexistentes em áreas rurais, criando barreiras para a expansão do mercado de elétricos.

Esse cenário obriga muitos proprietários de veículos elétricos a dependerem exclusivamente de recargas domésticas, o que pode ser um processo lento e inconveniente. Para quem vive em condomínios, o problema é ainda maior, já que nem todos os prédios possuem instalações adequadas para a instalação de carregadores.

Além disso, em locais onde as estações públicas estão disponíveis, a demanda pode superar a oferta, resultando em filas longas para carregar o veículo. Esse fator aumenta a imprevisibilidade de viagens e gera desconforto para os motoristas, especialmente em horários de pico ou em feriados prolongados.

4 – Degradação da bateria

Embora as baterias de carros elétricos tenham evoluído significativamente nos últimos anos, sua degradação ao longo do tempo é inevitável. Com o uso contínuo, a capacidade da bateria diminui, reduzindo a autonomia do veículo. Essa perda de eficiência é um dos principais pontos de atenção para os proprietários.

A degradação ocorre devido a diversos fatores, como o número de ciclos de carga e descarga, a exposição a temperaturas extremas e o uso frequente de carregadores rápidos. Em média, a bateria de um carro elétrico pode perder cerca de 2% de sua capacidade por ano, dependendo do modelo e das condições de uso.

Essa questão também afeta o valor de revenda do veículo, pois o custo de substituição da bateria é elevado e pode representar até 50% do preço de um carro novo. Para mitigar o problema, fabricantes têm investido em tecnologias que prolongam a vida útil das baterias e oferecem garantias mais extensas.

5 – Custo inicial elevado

O preço de compra de um carro elétrico ainda é significativamente mais alto do que o de um veículo a combustão. Isso se deve, principalmente, ao alto custo das baterias de íons de lítio, que representam uma parcela substancial do preço final do veículo, além de tecnologias inovadoras embarcadas nos modelos.

Embora existam incentivos fiscais em alguns países para estimular a compra de carros elétricos, no Brasil essas políticas são limitadas, o que dificulta o acesso a esses veículos para a maioria da população. Além disso, mesmo com uma economia a longo prazo em combustíveis e manutenção, o investimento inicial pode ser proibitivo.

Com o avanço da tecnologia, os custos das baterias têm diminuído gradualmente, mas a redução ainda não é suficiente para equiparar os preços aos dos veículos a combustão. A expectativa é que, nos próximos anos, a ampliação da produção e a adoção em massa tornem os elétricos mais acessíveis.

6 – Problemas em temperaturas extremas

Temperaturas extremas podem impactar diretamente o desempenho das baterias de carros elétricos. Em climas muito frios, a capacidade da bateria pode cair até 40%, reduzindo significativamente a autonomia do veículo. Isso acontece porque o frio dificulta as reações químicas que geram energia.

Em regiões de clima quente, o problema é outro: o superaquecimento da bateria. Sem sistemas de refrigeração adequados, o calor excessivo pode acelerar a degradação da bateria e até comprometer a segurança do veículo. Por isso, fabricantes têm investido em tecnologias de gerenciamento térmico para minimizar esses impactos.

Essas limitações tornam os carros elétricos menos atraentes para consumidores que vivem em regiões com temperaturas extremas. Além disso, a necessidade de usar o ar-condicionado ou o aquecimento durante a condução em climas extremos aumenta o consumo de energia, agravando ainda mais a questão da autonomia.

7 – Manutenção especializada

A manutenção de carros elétricos exige conhecimentos técnicos específicos que muitas oficinas ainda não possuem. Componentes como inversores, motores elétricos e sistemas de gerenciamento de bateria demandam equipamentos e treinamento especializados, o que limita as opções para os proprietários.

Essa falta de profissionais capacitados pode tornar o processo de reparo mais caro e demorado. Além disso, peças de reposição para carros elétricos nem sempre estão prontamente disponíveis, o que aumenta o tempo de espera para consertos e a frustração dos motoristas.

Por outro lado, os carros elétricos exigem menos manutenção em componentes tradicionais, como motores e sistemas de exaustão. No entanto, até que a rede de oficinas especializadas se expanda, essa questão continuará sendo um ponto de preocupação para os consumidores.

8 – Desvalorização no mercado de usados

O mercado de carros elétricos usados ainda está em desenvolvimento, o que gera incertezas sobre o valor de revenda. A desvalorização é acentuada pelo custo elevado das baterias, cuja substituição pode ser necessária e representa um investimento significativo.

Essa questão é agravada pela rápida evolução tecnológica dos carros elétricos. Modelos mais antigos rapidamente se tornam obsoletos em comparação com os lançamentos mais recentes, que oferecem maior autonomia, menor tempo de recarga e mais recursos tecnológicos. Isso afeta negativamente o valor de revenda.

No entanto, à medida que a tecnologia amadurece e o mercado se estabiliza, espera-se que a desvalorização dos carros elétricos diminua. Até lá, é importante que os consumidores considerem esse fator ao planejar a compra de um veículo elétrico, especialmente como primeiro dono.

Fonte Olhar Digital

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8 problemas comuns dos carros elétricos que você precisa conhecer