Se o futuro da mobilidade é elétrico, o seguro automotivo também precisa acompanhar essa evolução. No Brasil, onde o mercado de veículos elétricos (VEs) está em crescimento acelerado, as seguradoras já começam a se adaptar a essa nova realidade, conforme informações da revista Quatro Rodas.
Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), em 2023, foram licenciados 93.927 carros elétricos, um aumento de 91% em relação a 2022, embora ainda representem menos de 5% do mercado total. Apesar disso, as principais seguradoras do país já oferecem cobertura específica para esses veículos.
Além da cobertura padrão, as apólices para VEs incluem benefícios e serviços adicionais que não estão presentes em seguros para carros com motores a combustão. “O que move o seguro auto é a venda do zero-km. À medida que o share de elétricos aumenta, as seguradoras precisam se adaptar para atender a esse mercado e suas necessidades específicas,” destaca Marcia Camacho, diretora de operações da Minuto Seguros.
É crucial que os proprietários de carros elétricos, especialmente os novatos, verifiquem os serviços oferecidos pelas seguradoras. Um serviço essencial é o reboque para uma estação de recarga caso a bateria descarregue. Outro ponto importante é a cobertura para o cabo de carregamento original de fábrica, que pode custar entre R$ 1.300 e R$ 2.000.
A assistência técnica especializada também é vital, dado que os carros elétricos exigem manutenção específica. “Oficinas especializadas são essenciais em momentos de pane ou sinistro,” ressalta Carla Oliveira, diretora de produto auto do Grupo HDI.
Franquia de Carro Elétrico Ainda é Alta
O custo de conserto é um fator que impacta diretamente a franquia do seguro. Em simulações feitas no site da Minuto Seguros, a franquia de um BYD Dolphin, um dos elétricos mais baratos do Brasil, pode variar entre R$ 14.000 e R$ 21.000. Em comparação, um Toyota Corolla GLi, com preço similar, tem franquia entre R$ 10.000 e R$ 13.000. Isso se deve à rede de assistência limitada e à baixa disponibilidade de peças para elétricos.
“Veículos elétricos são mais caros, o que se reflete no custo da proteção. A manutenção, disponibilidade de peças e reparos especializados também influenciam,” pondera Carla Oliveira.
O Custo do Seguro Vai Cair?
Algumas seguradoras já não diferenciam mais os preços das apólices para veículos a combustão e elétricos. No entanto, em média, o seguro de um carro elétrico ainda é 10 a 20% mais caro. Comparando as cotações do BYD Dolphin e do Corolla, observamos uma diferença de 11% nas cotações mais baixas.
“Existe ainda uma grande variação de preços entre as seguradoras no segmento de elétricos. Se o cliente cotar, pode encontrar boas ofertas,” sugere Marcia Camacho. Além disso, algumas seguradoras oferecem benefícios como seguro gratuito embutido nas tarifas ou descontos em postos de recarga.
A tendência é que essa diferença de preços diminua à medida que os carros elétricos e híbridos se tornem mais populares. “Toda tecnologia leva tempo para se popularizar. Os preços dos seguros devem acompanhar essa redução,” explica Arnaldo Bechara, diretor da Tokio Marine.
Comparação: Dolphin vs. Corolla Básico
Em uma simulação de seguro para carros na plataforma da Minuto Seguros, considerando um homem de 40 anos, casado, com filhos, morador da Zona Sul de São Paulo, utilizando o veículo para lazer e trabalho:
BYD Dolphin
Preço de tabela: R$ 149.800
Seguro: R$ 2.706 a R$ 4.585
Franquia: R$ 14.074 a R$ 21.843
Toyota Corolla GLi
Preço de tabela: R$ 148.990
Seguro: R$ 2.522 a R$ 3.107
Franquia: R$ 10.064 a R$ 12.706
O aumento do mercado de VEs no Brasil impulsiona a adaptação das seguradoras, que já oferecem coberturas e serviços específicos para esses veículos, refletindo a evolução do setor automotivo.
Por Terra Brasil Notícias
