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Uma cerimônia que deveria marcar a inauguração de um novo destróier, pesando 5.000 toneladas, transformou-se em um evento catastrófico, quando a embarcação virou diante do líder norte-coreano Kim Jong Un.

O incidente ocorreu na cidade portuária de Chongjin, onde o navio da classe Choe Hyon não apenas naufragou, mas também danificou sua estrutura no fundo do mar, conforme noticiado pela agência estatal KCNA.

Kim acusa “ato criminoso”

O desfecho foi descrito por Kim como um “ato criminoso”. O líder decidiu não esconder o acidente da população, possivelmente para evitar rumores e controlar a narrativa.

De acordo com a KCNA, Kim estava presente quando o destróier foi lançado ao mar e presenciou o momento em que o casco ficou preso, resultando na inclinação da embarcação.

A falha do sistema de lançamento foi atribuída à falta de experiência e à negligência da equipe envolvida, além de “métodos não científicos”.

Kim expressou seu descontentamento, afirmando que “a dignidade e o respeito próprio da Coreia do Norte estão em ruínas”.

Ele ameaçou aplicar punições severas aos responsáveis pelo incidente, abrangendo desde operários até cientistas envolvidos no projeto.

O líder norte-coreano exigiu que o destróier fosse reparado antes de uma importante plenária do Comitê Central do Partido Comunista em junho.

Modernização da frota naval
A ambição de Kim Jong Un é modernizar a frota naval do país. Desde o final de 2024, ele anunciou planos para novos submarinos e navios de guerra, objetivos que vêm sendo perseguidos há vários anos.

Em março, a KCNA divulgou fotos mostrando Kim diante de um submarino em construção que seria movido a energia nuclear e capaz de lançar mísseis nucleares. Em abril deste ano, outro navio da classe Choe Hyon foi lançado com sucesso no porto de Nampo.

O destróier da classe Choe Hyon é considerado o maior conhecido na frota norte-coreana, medindo cerca de 145 metros.

Equipado com diversos sistemas armamentistas, é provável que inclua mísseis balísticos e armas nucleares. Este tipo de embarcação possui importância estratégica, visto que a Coreia do Norte busca se afirmar como uma potência naval regional.

A Coreia do Norte já detém uma das maiores frotas navais do mundo, contando com aproximadamente 60 mil marinheiros e cerca de 800 embarcações, incluindo entre 60 e 80 submarinos. Contudo, a maioria das unidades é antiga e pequena, com os submarinos frequentemente sendo elétricos e ultrapassados.

Especialistas permanecem céticos quanto à capacidade do país em efetivamente modernizar sua marinha devido à sua fragilidade econômica e escassez de recursos.

Entretanto, existe a possibilidade de que a Coreia do Norte tenha recebido assistência da Rússia na construção dos novos navios e submarinos nucleares. Vale lembrar que Pyongyang tem apoiado Moscou no conflito com a Ucrânia fornecendo armamentos e recursos humanos.

Fonte: O antagonista

Fonte: Diário Do Brasil

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Estreia desastrosa: navio militar norte-coreano vira em jornada inaugural