
Neste domingo, 22 de junho de 2025, um atentado terrorista abalou o bairro de Dweil’a, nos arredores de Damasco, capital da Síria. Um homem-bomba invadiu a Igreja Ortodoxa Grega Mar Elias durante uma missa, abriu fogo contra os fiéis e detonou um colete explosivo, causando pânico, destruição e um número ainda incerto de vítimas. Segundo o Ministério da Saúde da Síria, pelo menos 13 pessoas morreram e 53 ficaram feridas, incluindo crianças. O ataque, atribuído ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI) pelo Ministério do Interior sírio, marca o primeiro atentado suicida na capital desde a queda do regime de Bashar al-Assad, em dezembro de 2024.
A explosão ocorreu em um momento em que dezenas de fiéis participavam da celebração dominical na Igreja Mar Elias. Testemunhas relatam cenas de horror: o agressor, identificado como membro do EI, entrou no templo atirando antes de detonar os explosivos. “Ele estava atirando na igreja… então entrou e se explodiu”, afirmou Rawad, uma testemunha ocular, à agência Associated Press. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o interior do templo destruído, com equipes de resgate trabalhando freneticamente para socorrer as vítimas.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, informou que o atentado deixou pelo menos 30 feridos, mas o número exato de mortos ainda é incerto, com algumas fontes apontando até 20 vítimas fatais. A presença de crianças entre os atingidos intensifica a tragédia, reacendendo temores sobre a violência sectária no país.
O ataque ocorre em um momento delicado para a Síria, sob a liderança de transição de Ahmad al-Sharaa, que enfrenta dificuldades para consolidar o controle do país após a deposição de Assad. O governo sírio condenou o ato como “covarde” e prometeu intensificar esforços para combater grupos extremistas. O ministro da Informação, Hamza Mostafa, declarou em uma postagem no X: “Este ato vai contra os valores cívicos que nos unem. Reafirmamos o compromisso de proteger a sociedade de ataques que ameacem sua segurança.”
A comunidade internacional reagiu com indignação. O Ministério das Relações Exteriores da Grécia emitiu uma nota condenando o “abominável atentado terrorista” e exigiu que as autoridades sírias garantam a segurança das comunidades cristãs e de outros grupos religiosos. A comunidade cristã síria, uma minoria significativa, está em alerta, temendo novos ataques em um contexto de instabilidade política e crescente influência de grupos radicais.
Este atentado, o primeiro do tipo em Damasco em anos, expõe a fragilidade da segurança no país e levanta preocupações sobre a reativação de células extremistas, como as do Estado Islâmico, em meio aos escombros de uma nação devastada por mais de uma década de guerra civil. As autoridades sírias isolaram a área e iniciaram investigações para identificar possíveis cúmplices, enquanto a população de Dweil’a chora suas perdas e tenta compreender a barbárie que interrompeu um momento de paz.
Fonte: Luiz Bacci
Fonte Diário Brasil