“Não posso afirmar no momento. Tudo depende do transcorrer do inquérito”. A afirmação é da delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Marília, Dra. Darlene Rocha Costa Tosin,  sobre a possibilidade de pedido de prisão de um médico psiquiatra de Marília, acusado de importunação sexual contra pacientes.

O crime prevê pena de 1 a 5 anos de reclusão, de acordo com o artigo 215-A do Código Penal. Este crime é caracterizado pela prática de atos libidinosos contra outra pessoa sem o consentimento dela, com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiros.

Sete vítimas já compareceram e prestaram depoimentos na Delegacia. Nenhuma delas se conhece e têm idades entre 20 e 40 anos.

RELATO DE UMA DAS VÍTIMAS

“No momento em que eu me dirigia para porta foi quando ele me abraçou e me deu um beijo na boca, mas eu virei o rosto e ele ficou beijando o meu pescoço dizendo que eu era cheirosa. Eu fiquei sem reação. Eu me afastei dele naquele momento e eu olhei o profissional. Em que eu olhei, ele perguntou se eu era tímida. Eu fiquei sem reação, não sabia o que responder e eu só queria sair daquele atendimento. Eu estava indignada com aquilo.” narrou.

NOMEOU ADVOGADO

O médico, que tem clínica em região nobre de Marília, ainda não foi ouvido no inquérito, mas já nomeou um advogado para acompanhar o inquérito.

A delegada disse que há caso ocorrido em 2023 e acredita que possam surgir novas vítimas. “Há relatos chocantes e muitas vítimas passaram mal durante depoimentos. Por isso, ouvimos as vítimas com cautela e no tempo delas. Há um procedimento específico nesse sentido”, explicou.
Pelos relatos, a forma de agir do acusado foi uniforme nos contatos com as pacientes que passavam pelo consultório dele.

“Eventuais vítimas do médico podem procurar pessoalmente a Delegacia da Mulher. Terão o acolhimento necessário”, disse a delegada titular da DDM, Dra. Darlene Rocha Costa Tosin

“Durante a consulta, o médico fazia menções de cunho sexual, fora do contexto e já deixava as vítimas constrangidas. Muitas delas, ao final da consulta, relataram um abraço “mais forte e acalorado” do médico, tentativa de beijos e até beijos na boca”, afirmou a delegada.

Nenhuma paciente retornou ao consultório após a primeira consulta.
O prazo para conclusão do inquérito na DDM é de 30 dias, mas pode ser prorrogado, caso necessário. “Eventuais vítimas do médico podem procurar pessoalmente a Delegacia da Mulher. Terão o acolhimento necessário”, disse a delegada.

Fonte: Jornal do Povo

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Sobe para 7 o número de vítimas que acusam médico psiquiatra de Marília de importuná-las sexualmente. Delegada não descarta pedido de prisão do acusado. “Eu fiquei sem reação. Só queria sair dali”, diz uma delas