O queijo é o queridinho dos consumidores de laticínios no Brasil. A constatação é de uma pesquisa do setor de gado de leite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), realizada entre os dias 23 de abril e 3 de maio, com mais de cinco mil pessoas. Os dados foram coletados em meio à pandemia do novo coronavírus e mostram o novo perfil do consumidor de produtos à base de leite no país.
De acordo com a pesquisa, o queijo é o derivado lácteo mais habitual nos carrinhos de compras. Apenas 3% dos entrevistados disseram não consumir o produto. Na sequência, aparecem manteiga, creme de leite, iogurte, leite condensado e leite UHT (caixinha).
Segundo a pesquisadora da Embrapa Kennya Siqueira, mesmo com a pandemia, a maioria dos consumidores (83%) relatou que não tem dificuldade em encontrar esses produtos nas prateleiras. “A gente observou, nesse início de pandemia, uma correria maior dos consumidores aos supermercados para se abastecer”, relata.
Os entrevistados afirmaram, em sua grande maioria, que continuam comprando a mesma quantidade de leites e derivados de antes da pandemia. Mas houve mudança no consumo de alguns produtos, que perderam espaço na casa dos brasileiros – sorvete, doce de leite e leite fermentado entraram nessa lista. Em contrapartida, queijo, manteiga e iogurte, por exemplo, vieram para ficar de vez.
Kennya Siqueira aponta que o levantamento é pioneiro e abrangeu um mercado bem diverso. “Ouvimos praticamente todos os estados e classes sociais”, afirma. Os locais com maior representatividade foram Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e Goiás, além do Distrito Federal.
Os dados da pesquisa indicaram, ainda, o que o consumidor leva em conta na hora de comprar um produto lácteo. A maioria respondeu que considera a marca, seguido do preço e depois da qualidade.
“É interessante notar que, embora tenha sido citado por um número bem menor de consumidores, quando comparado à marca, o fato de ser uma ‘empresa local’ ganhou em importância de ‘atitude da empresa perante a pandemia’ e ‘benefícios nutricionais’”, observa Kennya. Para ela, a valorização dos produtos locais vão ao encontro de tendências verificadas em outros países.