As amostras de leite e derivados lácteos de diversos tipos de queijo – como a tradicional mozarela de búfala -, podem sofrer adulterações durante o processamento.
Com a alta demanda pelos derivados de leite de búfalas e diante da ilegalidade de alguns produtores e laticínios, o Governo do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia (IZ/Apta), vinculado a sua Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, desenvolveu um teste molecular, para a identificação rápida e precisa de fraude de leite de vaca em amostras de leite de búfala, para certificar a pureza dos produtos.
O Laboratório de Biotecnologia do Centro de Pesquisa de Genética e Reprodução Animal do IZ fez parceria com a empresa de laticínio Bom Destino, de Minas Gerais, que também concedeu as amostras, e o Instituto criou a metodologia que irá colaborar para identificar produtos que não contém somente o leite de búfalas.
“Há produtos impuros que podem ser comercializados direta ou indiretamente, possuindo quantidades variáveis de leite de vaca durante a fabricação dos produtos”, esclarece o assistente técnico de pesquisa científica e tecnológica do IZ, Rodrigo Giglioti, doutor em Genética e Melhoramento Animal.
Segundo o diretor do Laboratório de Genética do IZ, pesquisador Anibal Eugênio Vercesi Filho, no Brasil, a comercialização de queijo de búfalas vem crescendo, anualmente, e isso leva à necessidade de análises e certificações, garantindo qualidade e pureza dos produtos.
A metodologia do IZ se fundamentou em avaliar diluições decrescentes seriadas do número de cópias de DNA de bovino em amostras de DNA de leite de búfalas, possibilitando detectar a sensibilidade exata do teste.
“Assim, tanto amostras de DNA de búfalos quanto amostras de DNA de bovinos apresentaram quantidades de DNA exatas para, posteriormente, serem avaliadas para a identificação da fraude”, destaca Anibal.
“É muito importante saber que até hoje todas as espécies de búfalos não possuem variações do alelo do gene da beta-caseína, consequentemente, todos os animais são do tipo A2A2”, ressalta Giglioti..