A agropecuária cresceu 1,3% e contribuiu para a alta de 1,1% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019, que foi divulgado nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado foi abaixo do registrado em 2018, quando a atividade cresceu 1,4%, após revisão do PIB. Tradicional “motor” de crescimento do setor, a agricultura foi bem, mas não conseguiu repetir o desempenho de outros anos.
A atividade teve bons resultados com o milho (+23,6%) e o algodão – este último vem de expansões seguidas: 28,4% em 2018 e 39,8% no levantamento divulgado nesta quarta.
A soja e o café, grãos em que o Brasil é líder de mercado, tiveram produção menor e ficaram abaixo das expectativas. No ano anterior, os dois produtos tiveram crescimentos expressivos, 2,5% e 29,4%, respectivamente. Em 2019, o café caiu 16,6% e a soja 3,7%.
Já as carnes, vilãs da inflação do ano passado, foram importantes para o resultado positivo da atividade, com exportações e preços recordes no final de 2019.
Aliás, a atividade pecuária é uma das apostas para um crescimento ainda maior do PIB agro em 2020: cerca de 4%, segundo projeções iniciais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Somado a isso, a demanda pelas carnes brasileiras, que já era boa em 2019, tende a permanecer assim neste ano.
No caso das proteínas animais, a manutenção do apetite chinês, a abertura de novos mercados e retomada das vendas da carnes bovina in natura para os Estados Unidos animam.
PIB da Agropecuária
Pela metodologia do IBGE, a agropecuária é responsável por cerca de 5% do resultado total do PIB, pois considera apenas o que é produzido dentro das fazendas. Em 2019, o setor movimentou R$ 322 bilhões de um total de R$ 7,3 trilhões.
Segundo cálculos da CNA, quando se leva em conta a participação das agroindústrias (como frigoríficos) e o setor de serviços da atividade (como transporte de mercadorias), o agronegócio como um todo responde por, pelo menos, 20% do PIB brasileiro.