A diretoria da Santa Casa de Pompeia está participando da campanha iniciada por todos os hospitais de Marília e Pompeia, no movimento liderado pela Confederação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas – CMB, que representa 1.824 Hospitais Filantrópicos brasileiros que defende: “alocação de recursos na ordem de R$ 17,2 bilhões, anualmente, em caráter de urgência urgentíssima e sob a égide da responsabilidade tripartite no financiamento do SUS, em simultaneidade a aprovação do PL2564/20, como única alternativa de assunção das obrigações trabalhistas decorrentes do PL, assim como para a imprescindível adequação ao equilíbrio econômico e financeiro no relacionamento com o SUS”, de acordo com o documento encaminhado aos Deputados Federais. “Uma luta importante para o sistema de saúde de todo o País”, defendeu Alair Mendes Fragoso, provedor da Santa Casa de Pompeia, que participou de reunião sobre o assunto realizado na cidade de Marília. De acordo com o documento produzido e assinado por Mirocles Campos Véras Neto, atual presidente da CMB, o segmento de saúde brasileiro dispõe de 169 mil leitos hospitalares e 26 mil leitos de UTI, sendo que em 824 municípios do Brasil, a Santa Casa ou Hospital Filantrópico é o único equipamento de acesso ao cuidado e à assistência em saúde, com uma representatividade ao SUS nacional de 70% do volume assistencial da alta Complexidade e 51% da média complexidade. Anualmente faz mais de 5 milhões de internações, 1,7 milhão de cirurgias e mais de 280 milhões de atendimentos ambulatoriais. Dependem economicamente destas instituições mais de 3 milhões de pessoas, com vínculo direto e/ou indireto. “Se algo não for feito poderemos entrar em colapso, afinal, a defasagem é muito grande e precisamos rever os valores que são repassados”, disse Alair Mendes Fragoso em tom de preocupação. No documento que tem apoio de todas as instituições de saúde pública de Marília e região, destaca-se que desde o início do plano real a tabela SUS e seus incentivos foi reajustada em média em 93,77%, enquanto o INPC foi 636,07%, o salário-mínimo foi 1.597,79% e o gás de cozinha 2.415,94%. “Este descompasso brutal representa 10,9 bilhões de reais por ano de desequilíbrio econômico e financeiro na prestação de serviço ao SUS, de todo o segmento”, escreveu Mirocles Campos Véras Neto. “Desta forma, se não houver políticas imediatas, consistentes, de subsistência para estes hospitais, dificilmente as portas se manterão abertas e a desassistência da população é fatal”, enfatizou na escrita, com concordância dos representantes dos demais hospitais de Marília e Pompeia. Alair Mendes Fragoso soube no encontro realizado na sede da Santa Casa de Marília, que tramita na Câmara Federal o PL 2564/20, originário e aprovado no Senado, que está com regime de urgência aprovado e com real perspectiva de votação e aprovação nos próximos dias. “O impacto deste PL para os hospitais filantrópicos que prestam serviços ao SUS é estimado em 6,3 bilhões de reais por ano, sendo que este extraordinário montante financeiro não está ancorado em nenhuma espécie de fonte de financiamento, tornando insustentável os funcionamentos e estabelecendo-se definitivamente suas falências”, afirmou Mirocles Campos Véras Neto. “Além deste, existe outros 53 projetos de lei em tramitação referentes a piso salarial de profissionais do setor saúde, com evidentes preocupações sequenciais”, alertou. “Por ser um ano eleitoral pode acontecer esta aprovação de reajuste do piso salarial, e criar um problema administrativo para os hospitais”, preocupa-se o provedor da Santa Casa de Pompeia ao participar do movimento.

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Santa Casa de Pompeia – Diretoria apoia movimento “Chega de Silêncio”
Reunião envolvendo representantes dos hospitais de Marília e Pompeia decide participação em movimento nacional