Parte dos Foliões criticou a segurança e denunciou violência no bloco de Carnaval “Será Que É?”, realizado na última terça-feira (25), na Avenida das Indústrias, região central de Marília. Os relatos foram compartilhados na página do evento do bloco, no Facebook. Os internautas divulgaram fotos de hematomas no rosto e machucados na mão.
Em um dos casos, uma mulher alegou que ocorreu uma briga entre terceiros no bloco e os seguranças demoraram para intervir. Assustada, ela teria se afastado e alegou que foi agredida por uma “moça de cavalo”, supostamente uma policial militar da Cavalaria.
“Um monte de brigas dentro do evento, os seguranças todos na entrada barrando o pessoal e nem aí para os ‘quebra pau’ lá dentro, de repente começou uma sessão de pancadaria da polícia junto com os seguranças do evento para cima das pessoas. Uma correria, as grades e alambrados impediram a fuga de quem não tinha nada a ver e só queria curtir. Eu não consegui correr. Fiquei parada na calçada, uma moça montada no cavalo acertou o cacetete no meu rosto”, denunciou.
Outra publicação de um homem revelou que o tumulto ocorreu apenas no bloco “Será Que É?”. “Os outros três blocos não foi essa zona”, alegou o rapaz.
O Jornal de Marília solicitou um posicionamento da Polícia Militar e da Prefeitura de Marília em relação as denúncias divulgadas nas redes sociais. Nenhuma resposta foi obtida até a publicação desta reportagem.
Poucas horas antes desta quinta-feira (27), a Prefeitura divulgou um release sobre a arrecadação de alimentos nos blocos de Carnaval. Foram mais de 50 toneladas e a estimativa de público de 50 mil pessoas nos cinco dias de programação.
Apesar de não ter respondido a demanda, uma informação no release comunicou que não houve registro de nenhuma confusão. “Os eventos contaram com apoio da Polícia Militar e não houve nenhum tipo de ocorrência, mostrando que a organização funcionou perfeitamente e agradou ao público”, notificou.
A organização do evento “Será Que É”, o Coletivo Arco-Íres Marília, posicionou-se sobre o tumulto ocorrido.
“Infelizmente, pessoas fora da nossa comunidade [LGBTs] foram ao evento e alguns deles não sabem viver em convívio com a nossa população e nem entre eles. Por uma determinação das autoridades de Marília, junto com a PM e bombeiros, todos os eventos ali, terão que ser totalmente cercado com controle de pessoas, isso não é mais opcional. Preparamos um evento lindo para vocês e sentimos MUITO pelas experiências ruins que tiveram durante o bloquinho.
Estamos lendo todos os comentários e publicações, nos importamos com a nossa população e por isso, os demais eventos que realizaremos ali, usaremos a experiência do último bloquinho para melhorar e oferecer um evento ainda mais seguro e bom para todos os LGBTs, incluindo uma forma de não atrair essas pessoas que não sabem viver em convívio com a nossa população.”