Por Gisele Rodrigues
Vem aí o Pix, nova plataforma de pagamentos instantâneos criada pelo Banco Central do Brasil. A notícia está sendo amplamente repercutida, gerando muitas dúvidas e despertando a curiosidade entre os consumidores. Na verdade, a explicação é simples: sabe quando você precisa pagar ou transferir uma quantia em dinheiro no meio da tarde e a outra pessoa ou empresa que vai receber precisa esperar até o dia seguinte para a confirmação do valor? Com o Pix, essa história de esperar será praticamente coisa do passado, pois a solução promete fazer a operação imediatamente, com um simples clique.
Basicamente, o Pix é uma nova forma de transferir, pagar e receber valores, trazendo ainda mais liberdade, segurança, agilidade e conveniência aos usuários. Neste momento, o que está acontecendo é um movimento das instituições financeiras para um processo de pré-cadastro para utilização da ferramenta, no qual quem tem uma conta em um banco ou instituição financeira cooperativa como o Sicredi, por exemplo, já pode confirmar o interesse no uso do Pix, que começará a funcionar em todo o país a partir de 16 de novembro.
Até lá, o cadastramento será em etapas e muitas instituições financeiras já se anteciparam e iniciaram a etapa de pré-cadastro para coleta de “chaves”, ou seja, informações como CPF, CNPJ, e-mail e número do celular dos interessados, que serão utilizados como identificação dos consumidores e que precisam ser repassados ao Banco Central a partir de 5 de outubro. É importante ressaltar que para “fazer um Pix” basta que o pagador saiba apenas um desses dados (“chaves”) do recebedor para conseguir efetuar um pagamento, acabando com aquela necessidade de compartilhamento de todos os dados bancários para realização de uma transferência. Por isso é tão importante o cadastro desta “chave” antecipadamente.
É importante destacar que o Pix não é um novo aplicativo e sim mais uma função que passará a ficar disponível dentro das plataformas digitais que você já usa, como o aplicativo da sua instituição financeira ou o internet banking. Por lá, via ícone Pix, será possível fazer facilmente o pagamento instantâneo pelas “Chaves Pix” cadastradas ou ainda através da leitura de QR Code. A operação poderá ser feita entre pessoas físicas, jurídicas e governo para pagamentos das Guias de Recolhimento da União.
Neste momento, você deve estar se perguntando: mas, afinal, será seguro fazer transferências pelo Pix? A resposta é sim! Todas as operações serão criptografadas, rastreadas e monitoradas 24 horas por dia durante os sete dias da semana, seguindo os mais rigorosos protocolos e com um sistema que se comunica diretamente com o Banco Central, a fim de evitar fraudes. Vale reforçar que mesmo com o Pix disponível, os consumidores ainda terão a opção de usar as alternativas tradicionais para movimentação de valores, como o DOC (Documento de Ordem de Crédito) ou a TED (Transferência Eletrônica Disponível).
O grande diferencial do novo meio de pagamento é que ele é um passo importante na evolução do Sistema Nacional Financeiro (SFN), pois a novidade chega para modernizar os mecanismos do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), que até então eram guiados por um conjunto de regras existentes há quase duas décadas. E além de muito mais segurança, eficiência e agilidade nas operações, a ferramenta também vai ao encontro de uma série de iniciativas das instituições financeiras voltadas para uma jornada de transformação digital na relação com clientes e associados. Caminhamos para nos tornar uma “sociedade cashless”, com operações financeiras mais sustentáveis, sem circulação de moeda em espécie, sem os riscos gerados na movimentação do dinheiro físico, com menos impacto ambiental e muito mais digital, com tudo disponível por meio de um simples clique, 24 horas por dia, sete dias por semana.


Gisele Rodrigues é superintendente de Soluções de Meios de Pagamento do Sicredi

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