A polêmica envolvendo o comando do 9º Batalhão da Polícia Militar e a vereadora Professora Daniela (PR) teve um novo desdobramento após o vazamento do áudio em que a tenente-coronel Márcia Cristina Cristal Gomes pede explicações ao policial militar que conduziu a apreensão do veículo Ford Fusion.
“Nessas questões nós não vamos ficar fazendo e tumultuando porque isso daí é falta de bom senso. Ela é vereadora. Quem você pensa que é?”, diz a tenente-coronel Márcia Cristina Cristal Gomes ao policial afastado.
O caso provocou muita repercussão após o vazamento do áudio e revolta de parte dos internautas nas redes sociais em virtude de um suposto tratamento especial da ocorrência por se tratar de um membro do Poder Legislativo.
Quem estava conduzindo o veículo era a filha da vereadora. Ela foi abordada com o veículo durante uma blitz de trânsito na rua Carlos Botelho, por volta das 00h30, no último domingo (16).
A D Marília questionou a Polícia Militar sobre qual será o procedimento no imbróglio. “O Comando do Policiamento do Interior da região de Bauru (CPI-4), ao qual é subordinado o Batalhão de Marília, está apurando todas as circunstâncias relativas ao fato”, informou.
Em relação ao policial afastado, a PM revelou que o militar não concluiu o curso de especialização na área de policiamento de trânsito e por isso permanecerá até a conclusão.
“O policial que efetuou a apreensão já estava matriculado num curso de especialização na área de policiamento de trânsito, em São Paulo, desde março, o qual foi suspenso em razão da pandemia de COVID-19, tendo seu reinício agendado para o dia 24 de agosto, motivo pelo qual não exercerá as atividades na cidade de Marília até a conclusão do curso em 04 de setembro de 2020”, comunicou a nota.
A vereadora Professora Daniela divulgou uma nota afirmando que a ligação para a tenente-coronel Márcia Cristina Cristal Gomes não se tratou de tráfico de influência – na prática ilegal de uma pessoa se aproveitar da sua posição social.
“Com relação ao remanejamento de um setor para o outro, realizado pelo 9º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPMI) de um policial militar que exercia atividades na fiscalização do trânsito urbano, a vereadora Professora Daniela (PL) esclarece que: em nenhum momento seu telefonema para a comandante tenente-coronel Márcia Crystal teve o objetivo de praticar tráfico de influência, apenas se tratou de uma solicitação de esclarecimento a respeito da possibilidade de apreensão apenas do documento e não do veículo, também não houve nenhuma indagação para que o referido militar fosse punido ao exercer suas funções; comunica que ficou muito preocupada com a filha, uma vez que não se encontrava no local do acontecido e que os pneus não estavam ‘carecas’, conforme comprovado em laudo (anexo). Afirma que concorda com os procedimentos determinados pela legislação de trânsito e que a decisão pelo remanejamento acredita que trata-se de uma medida administrativa interna e exclusiva do Comando da Polícia Militar, alheia ao exercício do mandato de vereadora da Câmara Municipal de Marília.”