Quem passa o dia carregando peso, como um trabalhador braçal, tem altas chances de sofrer com dores nas costas, já que nem sempre é possível pensar em ergonomia dentro dessas atividades. Para proteger a saúde da coluna e tornar a atividade mais eficiente, engenheiros do Instituto Italiano de Tecnologia (IIT) desenvolveram um protótipo de exoesqueleto, o StreamEXO. O equipamento já foi testado por mais 100 horas.
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Por enquanto, o exoesqueleto foi validado em experimento com profissionais que trabalham na manutenção de ferrovias na Espanha. Durante a jornada de trabalho, precisam mover materiais pesados e são normalmente expostos a um risco maior de lesões. Nos testes, que duraram 6 meses, 15 profissionais testaram o equipamento, com 30% de redução nas queixas de fadiga muscular.
Vale explicar que o exoesqueleto italiano é parte do projeto europeu Stream, coordenado pelo cientista Christian Di Natali, que busca acelerar a inovação dentro das ferrovias e dos transportes por trens, seguindo os conceitos da Indústria 5.0. Então, todos os novos equipamentos são conectados, geram dados e podem ser melhorados com a Inteligência Artificial (IA).
Exoesqueleto para trabalhadores braçais
Esqueça a ideia dos grandes exoesqueletos, como aqueles usados por pessoas com paralisia para voltarem a andar ou ainda a tecnologia desenvolvida pelo personagem Doutor Octopus na saga do Homem-Aranha. O StreamEXO se parece mais com uma mochila pesada, pesando 7 kg, que dá bastante autonomia de movimento aos trabalhadores.
Quando usado, o exoesqueleto aumenta o nível de força dos trabalhadores e reduz o risco de lesões, com apetrechos removíveis aplicados nas coxas e na coluna. Durante as seis horas de uso, o tempo máximo da bateria, o profissional ganha mais facilidade em levantar e transportar cargas pesadas, como blocos de concreto, que pesam mais de 20 kg.
A seguir, veja a demonstração do StreamEXO:
Como o equipamento está conectado, algoritmos de controle interpretam os movimentos que o trabalhador faz durante a sua jornada e podem alertar para a necessidade de assistência médica, em caso de risco de lesões.
Impacto do exoesqueleto na saúde
O uso do equipamento gerou uma redução de 50% no risco ergonômico de sobrecarga física do sistema musculoesquelético, principalmente para a região lombar. Além disso, a fadiga no pós-jornada foi reduzida em até 30%, demonstrando ser uma alternativa benéfica para quem realiza trabalhos braçais. Segundo os autores, a tecnologia já está pronta para a produção em larga escala.
Pensando na questão das dores nas costas, pesquisadores norte-americanos anunciaram, recentemente, o desenvolvimento de uma IA que consegue prever o risco desse tipo de dor, analisando as proporções entre os ossos e o corpo de um indivíduo.
Fonte: IIT