Cientistas acreditam que um deslizamento de rochas no local é uma questão de tempo e que isso provocaria um dos maiores tsunamis da história
A rachadura de Åkernes, localizada na Noruega, está crescendo até três centímetros e meio por ano. Com 230 metros de profundidade, ela já é uma das fraturas rochosas mais perigosas do mundo. Cientistas acreditam que um deslizamento de rochas no local é apenas uma questão de tempo e que isso poderia provocar um dos maiores tsunamis da história.
Tsunami pode acontecer daqui alguns meses ou em décadas
- De acordo com as projeções, as ondas atingiriam uma altura de mais de 100 metros e engoliriam escolas, hospitais e casas que ficam dentro de uma região considerada Patrimônio Mundial da UNESCO.
- Os cientistas, no entanto, não sabem precisar quando isso aconteceria: pode ser em alguns meses ou até décadas.
- Apesar dos riscos, um sistema de alerta foi instalado para garantir a evacuação do local com segurança, e uma nova tecnologia de drenagem pode potencialmente estabilizar o penhasco.
- As informações são da National Geographic.
Autoridades querem criar sistema de estabilização para evitar tragédia
Penhascos rochosos em todo o mundo estão se enchendo de água como resultado do aumento da chuva e do derretimento das geleiras provocados pelas mudanças climáticas. Isso significa um maior risco de tsunamis causadas por deslizamentos de rochas.
Sem nada que segure as rochas escorregadias quebradas, elas fatalmente cairão. E nos fiordes estreitos do oeste da Noruega, a rocha deslizando pelas paredes de penhascos de quase 800 metros geraria um forte impacto e um tsunami de grandes proporções.
Segundo as autoridades, nesse caso específico norueguês, quase dez mil pessoas estão em risco. Além de monitorar a rachadura de Åkernes, o governo da Noruega está investigando maneiras de deter um tsunami mortal. Em outras palavras, está tentando desenvolver um sistema de estabilização que canalizaria a água da chuva para fora da montanha.
Em 1963, uma rocha se desprendeu do Monte Toc, na Itália, atingindo uma das barragens mais altas do mundo e matando duas mil pessoas. A tragédia levou ao primeiro sistema de drenagem de água de deslizamento de terra bem-sucedido no Canadá, seguido por outros na Nova Zelândia e nos Alpes Suíços.
A drenagem contínua e constante das chuvas na montanha pode criar atrito suficiente entre fraturas de rocha para estabilizar temporariamente a face rochosa. No entanto, nem mesmo as autoridades norueguesas sabem quanto tempo têm para desenvolver e colocar em prática este sistema.
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares/Olhar Digital