Há pessoas que sinalizam a tendência para a depressão, e logo precisam conhecer cuidados especiais que servem como preventivos. Prevenir não significa garantir a possibilidade ou imunizar, mas cercar-se de cuidados que inibem avanços e atrasam efeitos. Alguns desses cuidados preventivos: 1) Alimentação equilibrada. Quando há sinais da chegada do distúrbio, o depressivo se “desorganiza” no apetite. Passa a comer demais ou de menos. Passa a entregar-se a alimentos mais palatáveis e pouco nutritivos. Alguns depressivos entregam-se a coca-cola, outros aos lanches prontos e outros aos doces. Alguns alimentos são recomendáveis por serem leves, palatáveis e ricos em nutrição. Alguns conselhos também são dados pelos nutricionista: Reduzir a ingestão de alimentos ricos em açúcar. Dar preferência ao peixe, às carnes brancas e magras, em detrimento das carnes gordas e vermelhas. Aumentar a ingestão de cereais completos, frutos e vegetais; aumentar a ingestão de cálcio através do consumo de lacticínios magros. Tirar da dieta bebidas alcoólicas e refrigerantes, optando pela ingestão abundante de água, chás ou infusões (sem adicionar açúcar) ao longo do dia. Reduzir o consumo de sal. Hipócrates o pai da medicina, viveu 460 a 360 a.C. deixou-nos uma das frases mais célebres: “Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”. 2) Atividade física. No primeiro momento o depressivo não quer fazer qualquer atividade física. A academia parece uma carga de atividades sem nexo, a caminhada é inviável e bicicleta nem pensar. Levantar e sair para o exercício é como se mover com um fardo pesado nas costas e pernas, mas logo depois da chegada e do banho, a mente e o corpo são tomados por uma leveza incomparável. Assim que se passam dois ou três dias de atividades físicas, o próprio corpo começa a pedir mais. O sentimento de estar de bem com o momento é proporcional à quantidade de suor que molhou a camiseta. A atividade física libera endorfina, um hormônio natural que ajuda a manter o humor e o bem estar. 3) Evite ambientes tristes. Quem tem a tendência a depressão, deve eximir-se de ir a hospitais, velórios ou onde vá encontrar o ambiente de lágrimas. Não é uma questão de empatia, mas de auto-cuidado. O depressivo normalmente está na linha limite entre absorver ou não a tristeza do outro. Talvez um familiar possa representa-lo levando o abraço ou as condolências. 4) Evite o isolamento. Precisamos de pessoas para estarem conosco nas rotas penosas, nos embates truculentos e nas circunstâncias pesarosas. Ninguém sai da depressão solitário, com seus dilemas emocionais trancafiados a sete chaves. Inúmeras vezes ouço expressão: “Dos meus problemas cuido eu.” ou “Cada um com os seus problemas, você já tem muita coisa para cuidar.” Marcos Guimarães escreve, citando Jonh Donne: “Nenhum homem é uma ilha”. A solidão agrava a depressão. 5) Evite a cama durante o dia. Quanto mais tempo o depressivo passa na cama ou no sofá, mais rapidamente estará se entregando. O ideal é manter o dia ocupado de forma que quando a noite vier, o corpo esteja cansado e responda ao sono. Mantenha a casa aberta, arejada e iluminada durante o dia. Deixe a penumbra para a noite. 6) Mantenha uma tarefa prazerosa. Existem tarefas – mais prazerosas do que laboriosas – que mantém a mente ocupada. Tente encontra-las e valorizá-las. Sempre há algo para ser feito profissionalmente ou voluntariamente que gera prazer. Talvez a pescaria, o cuidado com as plantas ou o bordado. São tarefas relaxantes. Lembro-me de alguém que nos momentos pesados do dia ia montar quebra-cabeça. Pois bem, são dicas para prevenir. Em sentindo a depressão se aproximar, não negligencie cuidados a você mesmo.

Marcos Kopeska Paraizo
Pastor, graduado em Teologia e pós graduado em Terapia Familiar, pós graduado em Saúde Mental, escritor e palestrante. Autor dos livros “Superando a Dor no Luto” e “Enfrentando e Superando a Depressão” (na Livraria Manah Books, esquina da R. 24 de dezembro e R. 9 de julho – centro Marília).

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Série 4: conhecendo a depressão, o “mal do século”. Cuidados Preventivos. Por Marcos Kopeska