A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) divulgou um levantamento inédito do número de transgêneros que cumprem pena nos presídios do Estado de São Paulo. Das 22.390 pessoas custodiadas em 19 unidades prisionais de Bauru e região, 11 se declaram mulheres ou homens transexuais (0,49%).
Ao todo, 335 presos (1,49%) se dizem LGBT. Marília tem apenas dois casos de 1.358 presos do regime-fechado, ou seja, 0,1% da população carcerária.
A estatística foi realizada em outubro do ano passado por meio de questionários.
Em âmbito estadual, das 232.979 pessoas que cumpriam pena nos presídios administrados pela SAP naquele período, 869 se declaram mulheres ou homens trans (0,37%). No geral, 5.680 reeducandos se dizem LGBT, o que equivale a 2,4% da população total.
A pesquisa mostra que a maioria que se declarou travesti e mulher transexual prefere ficar em unidades masculinas: dos 682 entrevistados que preencheram esse item no questionário, 535 (78,44%) expressaram essa preferência. Entre os homens trans, 82,35% se declararam a favor de permanecer em unidades femininas.
VÍNCULOS AFETIVOS
Segundo o diretor do CPE (Centro de Políticas Específicas) da CRSC (Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania) do Estado, Charles Bordin, esse fenômeno se explica pela necessidade de criação e manutenção de vínculos afetivos.
“É comum, nas unidades prisionais, que casais assim formados peçam para coabitar a mesma cela, tendo, portanto, seus vínculos afetivos reconhecidos”, explica o diretor.