É primavera que as flores já estão dando espetáculo para os olhos. Mas para quem tem alergia ao pólen está aberta a temporada de atenção e cuidados e de alguns sintomas, em algumas pessoas, mais intensos. Trata-se de uma doença mais comum em regiões onde as estações do ano são bem definidas, como o Sul do Brasil e no Hemisfério Norte, mas pode ocorrer em todo lugar. Quando os minúsculos e leves grãos de pólen produzidos pelas plantas, contendo material reprodutivo masculino para fecundação aleatória, são espalhados pelo vento, em algumas pessoas estimula sintomas de rinite alérgica, conjuntivite alérgica ou até mesmo crise asmática.
Se especialmente na primavera a pessoa apresentar esses sintomas, há probabilidade dela ser alérgica ao pólen das flores, explica a médica alergologista Gizele Cunha, do Grupo São Francisco, que faz parte do Sistema Hapvida. A alergia pode ser induzida apenas pelo pólen e/ou associada a outros agentes alergênicos, como poeira, pelos de animais, ar condicionado, e agravada pela poluição e tempo seco, o que dificulta o diagnóstico clínico, ressalta a médica. “Neste caso, para confirmar o diagnóstico, o profissional precisa submeter o paciente a consulta com uma anamnese detalhada, além de exames complementares como testes alérgicos, conhecido como Prick Test, que é feito no consultório mesmo ou ao IgE específico para os pólens, um exame laboratorial”, conta Gizele.
A boa notícia é que há tratamento preventivo para minimizar os sintomas e a pessoa pode ter uma vida normal mesmo em períodos de muito pólen presente no ar. O tratamento, afirma a alergologista, é com base em medicamentos nasais e até imunoterapia, nos casos mais severos ou refratários. Além disso, a orientação a quem tem polinose é fazer a umidificação nasal com soluções salinas de fácil uso e ocular com lágrimas artificiais para diminuir os efeitos do pólen e poeira nas vias respiratórias e olhos, além de cuidados com o ambiente como também usar óculos de sol na rua para ajuda a evitar o contato dos olhos com pólen que esteja disperso no ar. recomenda a médica. “Isso vai ajudar o paciente no controle da sua doença e melhorar a qualidade de vida nesse período”, frisa.
As condições do ambiente também são importantes para a melhora do paciente. O ideal é evitar ar-condicionado, mas caso não seja possível, faça a limpeza regular do aparelho e deixe o ambiente mais úmido. Para isso, pode utilizar umidificador ou pano umedecido no ambiente. Outra dica da alergologista é manter janelas de casa do carro fechadas porque, quando abertas, permitem que agentes alergênicos estejam sempre presentes.
Em situação nenhuma, alerta Gizele, se automedique. “Procure um especialista, que passará um tratamento adequado, com poucos efeitos colaterais, além de investigar o motivo da alergia com exames laboratoriais e uma anamnese detalhada. A medicação adequada depende dos sintomas e somente um especialista tem condições de avaliar corretamente”, frisa ela.