Especialista explica as implicações do rastreamento genético e quando o procedimento é indicado

Hoje é marcado pelo Dia Mundial da Luta Contra o Câncer com o objetivo de conscientizar e disseminar informações úteis para toda a população. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), 600 mil novos casos da doença foram diagnosticados no Brasil em 2020.
Existem diversos tipos de exames de rastreamento para a detecção precoce de tumores, o que contribuiu para aumentar as chances de cura. Segundo o Dr. Ricardo Caponero, oncologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os exames de rastreamento são divididos em dois grupos, o primeiro é o teste indicado pelo Ministério da Saúde para toda a população, que independe de qualquer risco individual, como é o caso da mamografia, exame que as mulheres devem realizar a partir de 50 anos anualmente, e da vacina contra o HPV (Papilomavírus humano), que previne o câncer no colo do útero.
O segundo grupo de exames de rastreamento envolve testes genéticos, que são indicados para quem tem parentes de primeiro grau (pais ou irmãos) com diagnóstico de câncer. Com base nesses dados, Dr. Caponero explica que o resultado será mais específico e individualizado, de acordo com as características genéticas de cada paciente e, assim, a escolha do tratamento será mais precisa.
“É importante particularizar aquilo que é necessário para cada paciente, uma mulher que tem caso de câncer de mama na família, por exemplo, não vai fazer a mamografia apenas aos 50 anos. Ela deve iniciar o acompanhamento e realizar os exames antes desta idade, com mais frequência afim de detectar precocemente a existência de nódulos “, diz. Para o médico, o ideal é que as pessoas, ao menos uma vez na vida, façam uma consulta com um oncologista ou clínico-geral levando o histórico familiar para que o especialista aponte a melhor conduta a ser adotada para cada um.
Com os resultados dos exames, o Dr. Caponero diz que não necessariamente o paciente precisará ser submetido à cirurgia preventiva. “Não são todos os genes mutados que indicam a necessidade de tratamento. Pode ser indicado, por exemplo, o uso de medicamento, exames para um acompanhamento mais próximo do paciente, como fazer a mamografia uma vez por ano começando em uma idade mais cedo do que os 50 anos ou fazer uma ressonância da mama ao invés do ultrassom. O teste genético indica a cirurgia para algumas poucas mutações, sendo necessária a avaliação de cada caso”, explica.
Segundo dados do Inca, os tipos mais comuns de câncer hoje no país são de mama nas mulheres e de próstata nos homens. Os exames de rotina e de seguimento são fundamentais para detectar a prevenir esses tipos de neoplasias, no entanto, não é possível fazer a prevenção de todas as formas de câncer. Portanto, a indicação do Ministério da Saúde é de que a população mantenha uma dieta saudável, com os chamados alimentos de verdade, ou seja, diminuir ao máximo o consumo de produtos industrializados e dos alimentos com alto teor de gorduras, evitar o excesso de ingestão de bebida alcoólica e abandonar o tabagismo.
“Adquirir esses hábitos é benéfico não apenas no aspecto da prevenção de alguns dos tipos de câncer, mas também em relação ao controle do diabetes, hipertensão e outras doenças. Fazer 30 minutos de atividade física por dia, além da alimentação balanceada e práticas saudáveis, como não fumar e não ingerir bebida alcóolica em excesso, são atitudes que podem evitar ou postergar inúmeras complicações e doenças ao longo da vida”, conclui o Dr. Caponero.

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Oncologista compartilha dicas de detecção precoce e rastreamento genético