O vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Marília, Carlos Francisco Bitencourt Jorge, considerou bem interessante as informações que constam na “Pnad Contínua 2020”, levantamento divulgado na semana passada, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao auxílio emergencial e o aumento do desemprego devido à pandemia de Covid-19, que alteraram o perfil do rendimento das famílias entre 2019 e 2020. Nesse período, caiu o rendimento de trabalho e aumentou a renda vinda de outras fontes (transferências de renda), como o auxílio emergencial, por exemplo. “Mudou o poder aquisitivo do consumidor e o lojista precisa acompanhar esta transformação”, disse o dirigente mariliense ao tomar conhecimento dos dados levantados e apresentados.
Segundo o dirigente de Marília, o total de pessoas com rendimento de trabalho recuou de 92,8 milhões para 84,7 milhões, representando redução de 44,3% para 40,1% da população. Já o número de pessoas que recebiam outros rendimentos subiu de 16,4 milhões, em 2019, para 30,2 milhões, em 2020. Ou seja, saiu de 7,8% para 14,3% da população. Conforme esta edição da Pnad Contínua, publicada pelo Diário do Comércio, pela primeira vez, desde 2012, quando começa a série histórica, o grupo dos outros rendimentos foi maior que o das pessoas que recebiam aposentadoria e pensão (26,2 milhões ou 12,4%).
Um aspecto que chamou a atenção do vice-presidente da diretoria da associação comercial, foi quanto a participação de outros rendimentos na composição do rendimento domiciliar per capita no Brasil que subiu de 3,4% em 2019 para 7,2% em 2020. Em movimento contrário, o peso do rendimento do trabalho recuou de 74,4% para 72,8%. No período, também tiveram queda os rendimentos de aposentadoria ou pensão (de 18,7% para 17,6%), de aluguel e arrendamento (de 2,4% para 1,5%) e de pensão alimentícia, doação ou mesada (de 1,2% para 0,8%). A pesquisa apontou que de 2019 para 2020, o rendimento médio real de todas as fontes apresentou queda de 3,4%. Com isso, mudou de R$ 2.292, em 2019, para R$ 2.213, em 2020. “Mesmo com o recuo recorde de 5,1%, o item aposentadoria ou pensão se manteve com a maior média em 2020 (R$ 1.919), entre as categorias que compõem o rendimento de outras fontes”, observou Carlos Francisco Bitencourt Jorge.O rendimento médio mensal real, que habitualmente é recebido de todos os trabalhos, subiu 3,4% de 2019 para 2020 e alcançou R$ 2.447, o maior valor da série. A explicação é a saída de 8,1 milhões de pessoas da população ocupada, no período, que contribuiu para a elevação dessa média. O mesmo não foi visto no rendimento médio mensal real domiciliar per capita, que teve retração de 4,3% em 2020, atingindo R$1.349. Enquanto isso, o rendimento per capita nos domicílios que recebiam outros programas sociais apresentou elevação de 12,2% entre 2019 e 2020, saindo de R$ 688 para R$ 772. “É importante o lojista ter esta noção, no sentido de compreender como o consumidor se mantém”, falou o vice-presidente de diretoria, ao reconhecer que a concessão do auxílio compensou em parte a perda de rendimentos pelo trabalho.

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Vice-presidente comenta pesquisa sobre poder aquisitivo
Carlos Francisco Bitencourt Jorge, vice-presidente na associação comercial, quer entender o rendimento doméstico (Foto Divulgação - Fonte: Eficaz Comunicação Empresarial)