Já escrevi outras vezes neste espaço sobre o grave problema das drogas que, seguramente, é hoje um risco catastrófico para os jovens, especialmente os adolescentes que, no justificável interesse de descobrir o mundo, podem vir a cair na armadilha dos entorpecentes, com trágicos efeitos para si e para a família Aliás, nos dias que correm, os entorpecentes tradicionais que sempre foram um flagelo para a sociedade (maconha e cocaína) estão sendo substituídos por outros, de consequências mais danosas e com muito maior potencial viciante.
Modernamente os estudiosos do assunto vieram a detectar a existência de, ao menos, oito novas drogas, bastante devastadoras, e que estão no mercado dos entorpecentes., com os nomes mais estranhos. São elas krokodil, pó de anjo, flakka, miau miau, maconha sintética, special K, DOB e Nbome. São todas drogas sintéticas e que agem preferencialmente no sistema nervoso central provocando alucinações e surtos psicóticos.
De uma forma bem superficial e para justificar os efeitos danosos dos entorpecentes, podemos afirmar que nosso cérebro é formado por bilhões de neurônios que enviam e recebem mensagens na forma de sinais elétricos e estímulos químicos, promovendo a passagem da informação. Segundo a ciência, os neurônios são divididos em três partes: corpo celular, axônios e dendritos. As substâncias químicas recebida pelo cérebro são chamadas de neurotransmissores e agem exatamente sobre a comunicação entre os neurônios, alterando a atuação desses neurotransmissores.
As reações fisiológicas de quem recebe tais substâncias são as mais variadas. Em alguns casos provoca a sensação equivalente a um coquetel de cocaína com ecstasy e alucinações. Em outros casos geram serotonina e dopamina criando sentimentos de prazer e euforia. Em grandes quantidades geram delírio intenso. Outros tipos de droga provocam alucinações visuais, auditivas e táteis, aceleração do pensamento e a chamada sinestesia, situação em que as cores têm som e os sons têm cor. Estimulam, ainda, acessos racionais de violência. Outro desses entorpecentes produz sedação e pensamentos fantasiosos, como num sonho, dando a sensação do usuário estar fora do corpo. E, finalmente, o mais grave: o uso iterativo dessas drogas criam inevitável dependência transformando o usuário contumaz em um autêntico zumbi. Os danos físicos são, portanto, incalculáveis e a recuperação extremamente difícil. Em suma, a ciência moderna traz enorme vantagem à raça humana, mas o lado negro desse avanço tecnológico é devastador e deplorável. É, como dizem alguns, o “dark side” da ciência.
Décio Divanir Mazeto é advogado.