Como vencemos o desafio de ensinar e formar cidadão na era digital
Na educação contemporânea a escola passa por um momento desafiador. A atualização dos métodos de ensino vem sendo amparada a partir dos movimentos como a reforma do Novo Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Todavia, a pedagogia tradicional ainda é forte no ensino brasileiro. Em contrapartida, neste mesmo cenário, os alunos cada vez mais envoltos e conectados em múltiplas redes, aspiram por um ensino e aprendizagem também mais dinâmicos, significativos, onde aluno e professor estabeleçam uma relação de facilitador e protagonista do novo saber. Vivemos na era tecnológica e os instrumentos a que nossos estudantes têm acesso compõem a extensão de seu corpo (o celular, por exemplo), portanto, não cabe mais a interrogação se devemos ou não utilizar a tecnologia no ambiente escolar e sim, como as escolas irão utilizá-las cada vez mais em um formato dinâmico e produtivo. Isso porque a sociedade e o mercado de trabalho esperam futuros profissionais mais criativos, engajados, críticos, mas também com capacidade de resiliência, empatia e autoconfiança.
Não obstante, ao lado do desafio tecnológico na educação, que almeja um ensino cada vez mais pessoal e personalizado, está a convivência e o desenvolvimento das competências e habilidades socioemocionais (preconizados pela BNCC). O trabalho da escola nessa direção requer formação dos professores, tendo em vista essa educação ser voltada ao sentimento e à emoção. Para o aluno esse processo envolve adquirir e aplicar esses conhecimentos com melhor compreensão, capacitando-o a desenvolver habilidades sociais tão necessárias, como a tomada de decisões, planejamento, gestão de emoções, dentre outras. Portanto, é imprescindível que a escola caminhe sim, lado a lado com a inovação tecnológica, que se transforma rapidamente e pode enriquecer a aprendizagem de forma mais significativa e atrativa para os estudantes. Porém, a ênfase e o olhar cuidadoso nas relações humanas no espaço escolar são base para quaisquer atividades intelectuais, pois o mundo complexo e plural abriga cidadãos únicos, mas que demanda uma educação integral que considere ao mesmo tempo as suas necessidades e a do outro. Assim, a educação tem por premissa formar cidadãos preparados para os desafios do mundo do trabalho, mas com algo ainda maior, a missão de que esses cidadãos utilizem essa ferramenta como meio de tornar o mundo mais humano, solidário e respeitoso.
Terezinha Colombo e Dirce Crepaldi – Diretoras Pedagógicas do Colégio Criativo