Os manifestantes chilenos retomaram as ruas de Santiago em novos episódios de violência. Os confrontos com a polícia levaram 283 pessoas à prisão e deixaram 76 policiais feridos. O transporte público da capital foi temporariamente interrompido. Os protestos contra o presidente, Sebastián Piñera, começaram em outubro passado e provocaram a maior crise social desde a redemocratização do país, em 1990.

As manifestações foram convocadas para o primeiro dia após as férias de verão dos chilenos. Desde a tarde de segunda-feira, milhares de manifestantes se reuniram na Praça Itália, no centro de Santiago. Alguns manifestantes forçaram a interdição do metrô, de linhas de ônibus e atearam fogo para formar barricadas nas ruas. As cidades de Antofagasta, Temuco e Concepción também registraram confrontos. Os distúrbios seguiram pela madrugada adentro até a manhã de terça-feira.

Pelo menos 15 estações ferroviárias da região metropolitana de Santiago também fecharam as portas. As principais estradas que dão acesso à capital mostravam nesta terça-feira (3) resquícios das manifestações, com semáforos no chão e destroços de barricadas espalhados pelo asfalto.

Os protestos no Chile começaram com o aumento das tarifas do metrô de Santiago. No entanto, rapidamente se transformaram em uma reivindicação de reformas sociais em um país em que a educação, a saúde e a previdência são, em grande parte, privadas Desde então, 31 pessoas morreram e milhares ficaram feridas. Piñera decretou estado de emergência após o início dos protestos, levando os militares às ruas pela primeira vez desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, que durou de 1973 até 1990.

O presidente chileno tem sido pressionado a expandir a agenda de reformas sociais de seu governo, desde o auge da crise social, no ano passado. Entre as concessões está a possibilidade de ser promulgada uma nova Constituição – um plebiscito sobre o tema foi marcado para o dia 26 de abril.

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Chilenos saem às ruas em protesto e 283 são presos